Palestra do Dia da Europa

No dia 9 de Maio de 2022, o tão famigerado dia da Europa, decorreu na Biblioteca da Escola Secundária de Sampaio uma palestra dupla com o intuito de familiarizar os alunos interessados com o fenómeno que estamos a viver atualmente, a «Guerra entre a Ucrânia e a Rússia», e também distinguir os conceitos de refugiado e de indivíduo que pede asilo a um país, seja por motivos de guerra na sua terra de origem, seja por questões ambientais.

A palestra iniciou às 15:00 com uma breve introdução ao tema. O professor de História Jorge Lopes, Diretor da Turma 10.º H, agradeceu a duas encarregadas de educação por apoiarem este projeto escolar, que deverá contribuir para sensibilizar os alunos em relação ao que os rodeia, para mostrar que devemos estar sempre atentos às situações que nos envolvem e ter sentido crítico face às informações transmitidas na comunicação social.

Em seguida o Diretor do Agrupamento de Escolas de Sampaio, Professor José Caeiro, regozijou-se pela presença bastante numerosa de alunos no recinto da palestra, incluindo os discentes do 10.º H e do 10.º E, um aluno de Ciências do 12.º ano, alguns discentes do 12.º G (designadamente João Pedro Godinho, Ariana Machado, Ricardo Cachão e Leonardo Rodrigues) e os palestrantes Duarte Tavares e Leila Pereira do 12.º F, que relataram um pouco mais a fundo eventos da história russa. 

Foto de Ariana Machado

Seguidamente, os alunos de 10.º ano leram o poema de Natália Correia «Ode à Paz»,  associando os acontecimentos referidos nesta prosa poética com os trágicos e bárbaros movimentos que estão a ocorrer no outro lado da Europa.

Depois da apresentação destes tão jovens poetas, sobe ao alegórico palco o professor Nuno Nabais, docente de História dos 12.º ano F e G, que fez um sucinto enquadramento histórico explicando o motivo de 9 de maio ser dia da Europa e dando a conhecer aos alunos mais novos factos sobre Robert Schuman, umas das mais importantes figuras para a estabilização da Europa.

Foto de Ariana Machado

A preleção do professor Nuno Nabais terminou com um pequeno diálogo sobre a barbárie que, em pleno século XXI, estamos a viver com o ataque à Ucrânia e tomaram finalmente conta do discurso os dois juvenis palestrantes, começando o interlocutor masculino por explicar a origem da Ucrânia desde a sua criação como Kiev Russa passando pela invasão de diversos estados como o Império Austro-Húngaro, a própria «vizinha» Rússia, a Polónia e a Suécia. O aluno Duarte Tavares mostrou as fronteiras que naquela altura este povo tinha com a Rússia e explicou que muitos cidadãos migravam de uma ponta a outra, tentando não ser o alvo de bárbaras invasões. A palestrante feminina deu a conhecer alguns acontecimentos da história ucraniana, como o governo de Catarina, a Grande, da Rússia, o facto de, graças aos Bolcheviques e ao tratado com os Alemães, o povo ter ganhado uma independência temporária, que se perdeu devido à derrota alemã no fim da Primeira Grande Guerra, subsistindo, porém, o ideal de nacionalismo. Falou-se também de algumas ligeiras mudanças geopolíticas do mapa da Ucrânia na Segunda Guerra Mundial, quando ainda fazia parte da poderosa URSS, e, perto de datas mais atuais, foi referenciada a assimilação russa, em 2014, de um país que fazia fronteira com a Ucrânia, a República da Crimeia. Finalmente foi mencionada a presente convulsão: o ataque, em fevereiro de 2022, da Rússia à Ucrânia.

Terminada a eloquente sessão, uma das encarregadas de educação, a Doutora Maria, membro da Santa Casa, começou a sua parte da palestra apresentando dois vídeos com dados sobre o número de pessoas que migram de seus países para outros e pudemos ver, a partir de alguns gráficos, que, comparativamente às restantes nações europeias, Portugal apenas recebeu mil refugiados, os quais só depois de possuírem os documentos corretos puderam ser considerados «refugiados». De resto, ao contrário do que muitos pensam, inclusive alguns dos alunos mais velhos, refugiados não são todos os que migram para outro país por causa de guerras ou desastres, mas sim aqueles que emigram com a devida documentação.

Para concluir, foi passado um vídeo de animação sobre uma jovem muçulmana refugiada que viera para Portugal com sua família e que enumerava as vantagens de aprender português, contando ainda como a sua vida se transformara completamente ao mudar de país.

A palestra teve o seu fim às 16:20, após todos os palestrantes terminarem as suas oratórias e depois de ter havido uma sessão de perguntas e respostas. Em suma, tratou-se de um magnífico trabalho, que para mim foi extremamente interessante e bastante educativo.

 Leonardo Rodrigues, aluno n.º 10, do 12.º G

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